DBT: grupos de habilidades para adolescentes e suas famílias
25 de Março de 2022
Para o treinamento de habilidades com adolescentes em DBT — dialetical behavior therapy ou terapia comportamental dialética — é recomendado um formato de grupo multifamiliar sempre que possível. Nesse formato, os pais ou outros responsáveis aprendem o conteúdo didático junto com os jovens.
O grupo oferece um fórum que aumenta as interações e a proximidade. A participação de várias famílias também ajuda a manter a didática em vez de focar no problema de uma única família.
Ainda, a presença de várias famílias na sala oferece uma rede de suporte integrada, modelos de enfrentamento, motivação e esperança significativos, bem como tende a expandir os repertórios de uso das habilidades dos membros do grupo.
Por exemplo, quando a revisão da tarefa de casa expõe outros dez exemplos da aplicação de determinada habilidade, os membros têm a oportunidade de desenvolver um entendimento mais completo e adaptativo do uso da habilidade.
Além disso, um formato multifamiliar também permite feedback e prática entre as famílias: um adolescente pode praticar uma habilidade com os pais de outro adolescente; um pai pode fornecer informações a outro adolescente.
REGULAÇÃO EMOCIONAL
Nessas interações, as emoções dos clientes tendem a permanecer mais bem reguladas e o aprendizado, portanto, é aprimorado. O objetivo é trabalhar em prol das interações diretas com os membros da própria família para aumentar a generalização.
Além disso, membros individuais geralmente se beneficiam de sentimentos de controle quando explicam um conceito para um membro mais novo. Adolescentes e pais relatam sentir-se validados ao ouvir as lutas semelhantes de outras pessoas, principalmente após um período em que se sentem muito sozinhos.
Por fim, na cerimônia de formatura, os adolescentes e os pais oferecem feedbacks construtivos e incentivo uns aos outros, o que afeta amplamente os próprios graduados e os demais membros do grupo.
Receber esses comentários de suporte cristaliza as autoconstruções recém-formadas dos membros da família, que se tornam mais capazes, efetivos, funcionais, orientados a objetivos e esperançosos em relação a seu progresso individual e coletivo.
A maioria dos membros formados também relata melhorias drásticas nos relacionamentos com os membros da família participantes.
Essas expressões públicas que capturam o progresso dentro de cada indivíduo e família demonstram aos demais membros como a vida pode ser melhor e reforça a necessidade de perseverança e o compromisso com o grupo de treinamento de habilidades em DBT.
Tal experiência valida os desafios e a dor que as outras famílias enfrentam, além de inspirá-las a fazer cada vez mais e a não perder a esperança.
LITERATURA
O "Manual de habilidades em DBT para adolescentes", publicado pela Sinopsys Editora e de autoria dos psicólogos norte-americanos Jill H. Rathus e Alec L. Miller, autoridades no assunto, é um guia para profissionais de saúde mental que trabalham com adolescentes que lutam para controlar suas emoções e seus comportamentos.
A primeira parte do livro consiste em tudo o que os profissionais precisam saber a respeito de como montar e estruturar um programa de treinamento de habilidades em DBT para adolescentes, incluindo estratégias de manejo de equipes, desafios do treinamento de habilidades, variações no formato do treinamento de habilidades básicas e comportamentos que interferem na terapia de adolescentes e pais, entre outros.
A segunda parte fornece as notas de ensino correspondentes a cada módulo do treinamento de habilidades para adolescentes: mindfulness, tolerância ao mal-estar, trilhando o caminho do meio (um módulo baseado na família desenvolvido pelos autores especificamente para adolescentes), regulação emocional e efetividade interpessoal.
Por fim, o livro apresenta um conjunto de fichas de habilidades e tabelas de práticas fáceis de serem aplicadas aos adolescentes e seus cuidadores as quais estão disponíveis para download pelos leitores.